quinta-feira, novembro 09, 2006
Eu não sou a raposa
A raposa se desculpou por não poder brincar porque ainda não havia sido cativada. O principezinho não entendeu bolhufas e então ela lhe explicou que quando se cativa, cria-se laços. Porém, para essa raposa, havia todo um ritual para que isso acontecesse e este deveria acontecer gradualmente. A raposa gostava de estar ansiosa, de saber exatamente a que hora do dia o principezinho apareceria para que ela se preparasse psicologicamente para encontrá-lo.
Sentir um friozinho no estômago pode mesmo fazer bem, mas ainda assim, eu não sou a raposa e eu prefiro ser pega de surpresa.
Espero cativar e ser cativada com um simples olhar de relance ou um sorriso sem graça, não quero ter encontro marcado com o que quer que seja além da espontaneidade. Até hoje, tudo o que me aconteceu de melhor foi de improviso.
O que se planeja causa muita ansiedade e na maioria das vezes o resultado deixa a desejar por ter-se esperado demais. Contudo, quando não há esperas, qualquer coisa boa é motivo de comemoração. Quero ser cativada enquanto brinco e me divirto, sem ter que me preocupar em como agir diante das pessoas com quem faço isso.
Laços que demoram muito para estarem prontos, algumas vezes, se tornam tão frágeis quanto fios de teia-de-aranha: depois de uma boa varrida, não se vê nem sinal.
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