Mais um ano começou, muito se deixou para trás e muito mais ainda está por vir. Planos. Os planos de sempre, com táticas diferentes. Alguns sonhos que perturbam tanto quanto pesadelos e as datas que se aproximam.
Em meu corpo é impossível não notar as veias que mapeam minhas pernas, enquanto rugas insistem em circundar meu olhar como que delimitando a intensidade de seu brilho. Aquele mesmo sorriso que já foi mais branco e a voz, horas tão forte e outras tão insegura.
A falta de um abraço e a necessidade de um abraço a mais.
Olho para frente. A miopia e o astigmatismo não me permitem ver tão longe.
Olho para trás. Por entre as névoas, vejo minha vida.
Vejo a mim mesma, como vejo nas últimas fotos que bati. Noto que ela nunca me fez companhia, a Infância. Nunca brincamos de roda, nem fizemos casinhas de boneca. Assisti a alguns desenhos sozinha e fui adolescente três vezes, com cada uma de minhas irmãs e com meu irmão. Fora isso, fui adulta a vida inteira.
Vejo a mim mesma, como vejo nas últimas fotos que bati. Noto que ela nunca me fez companhia, a Infância. Nunca brincamos de roda, nem fizemos casinhas de boneca. Assisti a alguns desenhos sozinha e fui adolescente três vezes, com cada uma de minhas irmãs e com meu irmão. Fora isso, fui adulta a vida inteira.
Quando chegou a vez da minha Adolescência, ela já havia partido. Não deixou sequer um bilhete dizendo se voltaria logo. Não me presenteou com espinhas nem com seios fartos. Seu único legado foi uma caixinha onde se pode ler TPM e de onde saem coisas das mais absurdas, dependendo da data em que se abre...
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