Addicted. Sem sombra de dúvidas, totally addicted.
O tempo que eu gasto em frente ao computador seria com certeza suficiente para que eu mantesse minha casa em ordem, passasse as roupas esquecidas no armário por meses, fizesse as unhas, estudasse, terminasse meus bordados, enfim, para todas as atividades pendentes das quais vivo reclamando.
Mas vício é vício e eu não posso negar o quanto PRECISO disso aqui tudo. Preciso ler os blogs de quem conheço, preciso ler meus e-mails, às vezes releio muitos deles e também preciso fuçar o orkut. Perfis de algumas pessoas me interessam mais que os de outras e assim eu sigo minha vida de cão farejador em meio a tantas pistas, provas e suposições.
Olhar fotos de quem por qualquer razão tenha me chamado a atenção é procedimento básico e indispensável. Infelizmente, minha capacidade processadora processa informação antes mesmo de tê-la e fotos significam sempre um fato comprovado. Tudo está ali, diante de meus olhos. A interpretação é por minha conta.
Assim sendo, sigo meu trabalho, interpretando a vida alheia como se fazia antigamente quando a linguagem escrita não era mais que simples rabiscos. Sorte de quem desenhava bem e de quem tinha talento para adivinhações. No meu caso, isso não é um sinal de sorte, mas apenas da falta dela.
Um dia me disseram que jamais deveria se usar a palavra azar, mas que tratasse dele por falta de sorte. Então, é minha falta de sorte ter que interpretar o que vejo, pois sempre interpretarei a imagem com meu orgulho ferido, com meus sentimentos pisoteados.
Eu posso só imaginar o que fotografias retratam e querer que não seja verdade o que vejo.
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