quarta-feira, setembro 10, 2014

As voltas do mundo na minha última década


Dez de setembro. O ano? 2014. Há dez anos eu estava nos EUA, de favor na casa de uma amiga por uns dias. Tinha terminado um relacionamento daqueles tipo iô-iô que em toda a sua bagunça durou cerca de 9 anos. Estava me despedindo dos meus lugares favoritos em Boston, comprando livros na Harvard Cooper para continuar a ler em inglês aqui no Brasil, me encontrando com as pessoas mais especiais que eu tive oportunidade de conhecer durante o período por lá. O retorno ao Brasil estava marcado para 15/09/04.
Passou uma década. Meu cabelo cresceu e quase não teve alteração química na coloração de lá pra cá. Meu peso tornou a baixar quando cheguei e depois aumentou para o meu período mais cheinha dos EUA: 52kg. Pelo menos acima de 50kg eu posso ser doadora de sangue! Tive alguns empregos, mas me estabeleci como professora de inglês e sou bem feliz no meu emprego, embora um maior reconhecimento financeiro não me fizesse mal algum... 

Comecei e terminei um curso superior e nele encontrei amigas que estou certa de que estarão presente por muito tempo na minha vida. Desfiz laços que tinha com algumas pessoas porque já não havia carinho e atenção que se sobressaíssem à correria de todo dia. Conheci alguns rapazes legais com quem me relacionei, e entre eles, arranjei um namorado, que na mesma semana se tornou namorido, depois noivo, depois marido e é um dos motivos pro meu sorriso de quando abro os olhos todas as manhãs. Tornei-me mãe da cachorrinha mais doce que encontrei, a Lolita. Paguei por ela com o cartão de crédito e hoje sou contra o comércio de animais, após tomar ciência de como funciona a maior parte dos canis. Resgatei bichos de rua, ajudei outras pessoas a fazer isso também. Iniciei e terminei um curso técnico. Passei em concurso para lecionar na rede pública e após três meses pedi a exoneração.

Minhas varizes nas pernas tornaram-se mais evidentes, a ponto de eu procurar um profissional para reduzi-las. Os fios de cabelo branco tornam-se mais evidentes a cada mês. Deixei de fazer as unhas no salão para economizar e reduzir qualquer risco de adquirir uma pereba por ferramentas que não foram bem esterilizadas. Com isso, tornei-me uma manicure melhor, embora esteja longe da perfeição. Mudei minha alimentação:  prefiro alimentos integrais na maioria das vezes, aprendi a comer chocolate amargo, passei a comer muito mais frutas e saladas. Ainda não tenho uma panela de pressão porque acho ‘perigoso’ para alguém que sempre viu a mãe limpando o feijão na parede da cozinha. Passei a usar flúor todas as noites após ter investindo alguns mil reais com aparelho para corrigir a dentição. Deixei de ter a conta bancária negativa e passei a controlar os gastos da família numa planilha de Excel e dessa forma pagamos nosso próprio casamento, viajamos para a Europa, trocamos de carro, fizemos algumas viagens por aqui mesmo, reduzi minha carga horária no trabalho e quitamos nosso apartamento.  Mas também, perdi o hábito de comprar uma roupa nova só porque ela pareceu lindíssima na vitrine. Parei de andar com dinheiro na carteira e passei a usar o cartão de crédito pra tudo, facilitando meu controle próprio e acumulando milhas para as próximas viagens.

Tratei uma enxaqueca horrorosa, que segundo o médico, foi o meio do meu corpo me contar que eu estava afetivamente carente.  Tive a pior crise de asma da vida, que por pouco não me levou embora daqui. Pensei que estava próxima do que conhecem por ‘fim’. Desde então, mantenho consultas regulares para avaliar o funcionamento dos meus pulmões. Mantive a mesma ginecologista. Troquei de oftalmologista e descobri um início de catarata no olho esquerdo aos 33 anos. Operei o pulso esquerdo. Fui várias vezes ao dermatologista e nem foi para aplicar botox! Precisei de consultas com especialistas em infertilidade e fui consultada por três profissionais diferentes. Fui diagnosticada com menopausa precoce e todo o meu teto caiu. Parei na psicóloga...

Mas hoje, 10 de setembro, é uma data que me faz refletir se estarei ou não trabalhando no meu horário regular em 30 dias. O nascimento do meu bebê está se aproximando! Ele veio de forma natural, embora eu estivesse sendo consultada por profissionais, e até então, mostrou-se perfeitamente saudável. 

Meu grande objetivo de vida está prestes a se realizar. Uma mudança pra sempre.E como estaremos nós todos em 10 de setembro de 2024?

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