segunda-feira, julho 23, 2007

Amargamente independente


A garrafa térmica vazia dentro do armário e a cafeteira seca e abandonada no canto da pia da cozinha. Libertei-me mais uma vez. De um lado tornei-me feliz e independente, do outro, independente e amarga.

Entre alguns grandes prazeres da vida, tomar vagarosamente uma xícara de café é um deles. Às vezes, mais de uma, dependendo da companhia. No entanto, café é um veneno para minha voz, da qual uso e abuso, enquanto eu teimar em lecionar. Tratei comigo mesma que me renderia aos apelos do cheiro e do gosto somente aos fins de semana, como uma técnica de relaxamento.

Sobrevivi. Sinto vontade e saudade, mas deixou de ser essencial no momento que eu decidi. Os outros prazerosos venenos da vida continuam e serão mantidos até que eu decida não precisar mais deles.

Triste. Infinitamente triste. Saber que posso ser sozinha, que coloco ou não meu nariz em qualquer lugar, que não devo avisar quando tranco a porta pelo lado de fora, que de manhã eu não tenho que levantar e preparar o café da manhã para alguém.

É o mundo moderno, frio, apavorante.

Nenhum comentário: