sexta-feira, março 16, 2007

Às vezes é necessário ir para longe para encontrar algo que sempre esteve tão perto

Pluméria é uma das flores mais lindas e perfumadas que já encontrei. Foi em uma viagem ao Hawaii que eu a vi pela primeira vez e me encantei com sua delicadeza e perfume. Para todos os lados que eu olhava estava lá uma pluméria. Quando não a planta toda, havia um colar delas, típico hawaiano. Consegui comprar uma muda no aeroporto, quando voltava para Boston e envei a mudinha por Fedex para minha mãe, aqui no Brasil.
Este ano eu cheguei na casa dela e a planta estava com quase um metro de altura e bem florida. Me encantei pela segunda vez e a levei para a sacada do meu apartamento.
Depois disso, passei a perceber que aqui em Blumenau há muitas plumérias e de várias cores. Nunca as tinha percebido antes. Sequer havia sentido aquele perfume.
Essa planta se tornou especial para mim por ter vindo de tão longe e, no entanto, ela é exatamente a mesma que se encontra aqui, em qualquer esquina e com o mesma beleza. O que a torna ainda mais especial, porém, é o fato dela ser minha, a MINHA pluméria que encontrei tão longe, que eu comprei, dei de presente, tomei e cuidei. Isso a torna insubstituível e inigualável.
Me faço semelhante ao Pequeno Príncipe com esse pensamento, quando ele se dá conta que apesar de todas as rosas serem semelhantes entre si, a dele é única.
Segue trecho do diálogo entre o Príncipe e a Raposa, do livro de Antoine de Saint-Exupéry, O Pequeno Príncipe, que é uma leitura necessária ao menos uma vez na vida.

"- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.
Foi o principezinho rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela á agora única no mundo.
E as rosas estavam desapontadas.
- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa."

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