sexta-feira, junho 16, 2006

"... didn´t I make you feel like you were the only man???..."


Não pensei que seria tão difícil me despedir dele dessa vez.
Tivemos, ou temos uma história muito longa, que parece não ter fim. Não existe mais paixão, mas um sentimento de amizade e necessidade um do outro muito forte. As pessoas às vezes não entendem como ainda podemos ser amigos, depois de tantos erros, tantas ofensas e desavenças. O fato é que simplesmente somos. That's it. Acho que nunca vou conseguir apagar ele totalmente da minha vida, nem sei se quero isso, pois ele é uma pessoa importante prá mim.
Ao decorrer dos anos, foram muitas despedidas. Incontáveis. Cada uma delas por motivos diferentes, mas a dor foi sempre a mesma e a alegria do reencontro também.
Me surpreende a maneira como algumas pessoas simplesmente passam a fazer parte da gente, sem a gente querer, sem a gente se dar conta.
Desde que retornei ao Brasil, nos vimos poucas vezes e praticamente só nos falamos porque ele me procurava. Ainda assim, ele estava aqui e eu sabia que no momento que eu precisasse, poderia discar seu número e ele viria para me ajudar. Amanhã de manhã, ele vai embarcar num avião e só desembarcará muito, muito, muito longe daqui. Discar seu número e tê-lo imediatamente na minha frente será algo impossível. E isso dói.
Abraçá-lo hoje de manhã foi muito difícil.
Meu egoísmo não queria que ele se fosse, mesmo sabendo que a gente não tem o mesmo sentimento de antigamente, mesmo sabendo que não conseguiríamos ter um relacionamento outra vez. Mas ainda assim, ele é a pessoa que eu amei por muito tempo, com todas as minhas forças. Isso eu não vou apagar de mim nunca.
Lembrei-me de uma ocasião em que alguém me perguntou alguma coisa sobre a gente eu eu, no auge da minha ingenuidade e paixão respondi que "nós já estamos namorando a três meses, se fosse para não dar certo, já teríamos acabado"... Eu tinha quinze anos e achava que ele era o homem da minha vida. Na verdade ele era mesmo. Vivia para ele. Tudo no meu dia-a-dia se resumia nele. Um tempo mais tarde, quando ele já estava nos Estados Unidos e eu ainda estava aqui, ele me mandou um buquê de rosas vermelhas para celebrar nosso terceiro ano de namoro, com uma carta que me fez chorar muito por muitas vezes. A carta dizia que "sei que sou apenas um menino, mas posso te amar como um homem". Foi a coisa mais profunda que ele me escreveu em todo o tempo que estivemos juntos.
Agora ele está de malas prontas, pronto para tentar mais uma vez. Está cheio de planos e expectativas e eu confio nele. Sei que vai atingir seus objetivos. Talvez se case com a menina que estava namorando, talvez não. Ele é um menino que não consegue ficar parado. Tem muitas idéias e as troca com mais freqüência que troca de roupas.
De todo coração, eu desejo que ele tenha sorte. Que Deus o acompanhe por todos os lugares. E que saiba que jamais deixará de ser parte da minha vida.

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