sexta-feira, janeiro 18, 2008

Enfim, acordada

Como todas as palavras, adormeci.
Foram alguns longos meses de sono profundo,
porque já não bastava a luz do dia
para manter-me acordada.
As palavras foram ditas, repetidas e escritas,
todavia, faltou-me muito mais que isso.
Dei-me por conta que não posso ser mais eu,
simplesmente em palavras,
porque a palavra se perde no ar
e eu não quero estar perdida.
Quero estar como as pedras da praia,
que têm suas formas modificadas pela ação da natureza,
mas que continuam lá.
Em uma nova era, serei mais que palavras:
serei eu meus ossos, minha carne, meus desejos e sentidos.
Serei quem você e eu talvez sequer conheçamos.

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