domingo, julho 09, 2006

Esqueça minha Caloi!

Esqueça minha Caloi, pois agora sou uma mulher de saia e brincos novos, com menos contas a pagar e com as tintas para o apartamento a serem entregues e muito mais feliz!
Referindo-me primeiramente à minha Caloi, agora já é um pouco tarde demais, não acha? E também, o que faria um amontoado de ossos, músculos e tecido adiposo tentando porcamente se equilibrar em uma estrutura metálica desenvolvida para pessoas providas de coordenação?
Além de tudo, a Caloi deveria ser realmente esquecida pois já me decidi entre a bicicleta e o casamento... Acho, sinceramente, que tenho mais vocação para esposa que para ciclista. Com certeza quem já me viu numa bicicleta pode dar o parecer em meu favor...
Quanto à saia e brincos novos, me sinto uma outra mulher. Para quem tem acompanhado o meu sofrimento diário de passar na frente da Via Ásia, minha mais nova favorita loja, pode imaginar o tamanho da minha felicidade. Adquiri uma saia de patchwork ontem mesmo. Linda. Diferente. Da Índia. Que precisa ser encurtada. E que mesmo sendo linda, e ficando linda em mim, e me fazendo sentir linda com ela, não me fez deixar mais uma vez de rir de mim mesma. Os mais antigos dever lembrar da personagem Nhá Balbina, da Praça É Nossa, época da Brilhantina. Lembro pouco dela, mas o batom vermelho borrado, linguagem caipira e roupas interioranas não se apagam da minha memória. Agora tente conectar essa informação com a da saia. Se você não sabe o que é patchwork, é aquele trabalho onde se costura retalhos coloridos uns nos outros. A partir dessa arte, se criam almofadas, colchas, e agora uma Nhá Balbina Contemporânea.
Sobre os brincos posso contar uma estória de mais comprometimento. Uns dois meses atrás os vi na vitrine da Schmidt, minha loja de prataria preferida. Foi lá mesmo que acabei com minha depressão-pós-briga com meu lindo na época da Páscoa. Acabei com a depressão usando apenas duas folhas de cheque, prometendo um dinheiro que eu não tinha e adquirindo de uma vez só três pulseiras e um anel maravilhoso, que para minha tristeza, já quebrou. Mas depois disso me controlei com todos os meus pensamentos possíveis contra consumismo e não voltei lá para carregar da vitrine os brincos por quais eu tinha me apaixonado tão intensamente. Mês passado passei por mais uma provação: a Schmitt estaria fazendo um “bazar”. Entrei, xeretei, pesquisei... PROVEI. Fui mais forte, saí da loja sem nada! Porém, hoje, voltei lá para procurar algo para minha mãe, que está de aniversário. Queria muito ter dado uma orquídea nova à ela, mas as que vi no shops estavam muito caras. Então aceitei a sugestão da minha irmã e fui procurar um par de brincos novos para minha mãezinha. Comprei dois para ela, e já que eu iria pagar em prestações mesmo, acabei trazendo meu amor platônico para casa!!! Não vejo a hora de poder exibí-lo! E com a saia Nhá Balbina vai ficar ainda mais lindo!
Falando sobre as tintas, já foram compradas. Estou no aguardo da entrega, que deve acontecer segunda-feira pela manhã. Falta agendar com o pintor. Não vejo a hora de ver minhas paredes novas! Comprei o tal laranja “Santorini”, que é bem laranja mesmo, um super branco para o teto e pérola para as paredes. Depois eu conto como ficou.
O engraçado na compra das tintas foi a situação. Como criatura abominável que sou, consegui chegar a uma loja Construcolor, na Itoupava Norte. Entrei, olhei para um lado e outro e exclamei com todo o meu charme “Acho que estou no lugar errado!” A moça sorriu e indicou a loja no outro lado da rua. Saí bem contente e ansiosa, virei o pé porque o salto estava alto demais e entrei na loja repleta de seres do sexo masculino. Entendam que nem sempre sexo siginifica opção sexual... Pois o ser animado que me atendeu não parecia ter a masculinidade aflorada, mas me fez rir muito antes de sair da loja. Usou minha identidade para fazer meu cadastro e depois veio com aquela “Então você não é daqui... você é de Foz do Iguaçu...”
E ali começamos um mini-diálogo inofensivo. Eu pensei que o diálogo seria realmente inofensivo, até o momento em que ele se pronunciou novamente: “ Você com certeza já deve ter ouvido isso, mas não me leve a mal, enquanto eu estava indo lá fazer sua tinta no computador, eu fiquei pensando que você é de Aquário, não é? Pois aí eu queria te dizer, assim, sem maldade, que eu queria muito poder ser um peixe dentro desse aquário...” Meus ouvidos quase sangraram. Acho que não fiquei lá dentro por nem mais dois minutos e não ouse perguntar por quê!
Finalizando, sem caloi, de saia e brincos novos, tinta comprada e cantada barata, sou uma pessoa muito mais feliz!!!

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